domingo, 15 de setembro de 2013

Dissertação: Lira 22, parte 2

Prisões: Externas e Internas.

Todos os anos milhares de pessoas são presas no mundo inteiro justa ou injustamente. Muitas por crimes pequenos, sem grande “importância”. Muitos, porém, são presos por crimes hediondos, terríveis, podendo ficar grande parte de sua vida presos, e, dependendo do país onde vivem, a vida inteira presos. Mas há aquelas prisões que independente das pessoas terem cometido ou não crimes “imperdoáveis”, muitas pessoas parecem estar condenadas a passar o resto de suas vidas ali. São as chamadas prisões internas.
Segundo Platão em O mito da caverna, todas as pessoas vivem dentro de uma caverna, uma prisão interna, até o momento em que se atrevem a sair, e enxergar o mundo com os olhos diferentes. Pessoas que só conseguem enxergar aquilo que é visível. Pessoas que não conseguem ter fé, ou correr atrás de ver o mundo com um olhar diferente. Ver esperança, onde a maioria só consegue ver ruínas. Ver alegria, onde a maioria só consegue ver dor. Essa prisão poderia também ser comparada à alienação, ignorância. Ao fato de pessoas se contentarem apenas com o que os outros já disseram ser o correto, e não buscar por novas respostas no mundo, buscar viver ela mesma suas próprias experiências. Ao o fato de acharem que a vida existe apenas por existir, e que não há uma razão para tudo isso.
Muitas vezes as pessoas também são aprisionadas por decisões erradas que acabaram tomando. Drogas, prostituição, vícios em geral, são apenas alguns exemplos dessas prisões. E por falar em tomar decisões, há ainda as pessoas que acabam sendo aprisionadas por não tomar as decisões que elas sentiam ser as decisões adequadas para elas. No percorrer da vida, muitas decisões precisam ser tomadas. E muitas vezes, o medo de tomar a decisão errada, ou o fato de não querer decepcionar alguém, faz com que as pessoas acabem tomando decisões que as aprisionem ainda mais por não estarem tomando as decisões que elas sentiam ser a ideias para si, mas sim, as decisões que pareciam ser menos arriscadas e mais fáceis de ser aceitas pelas outras pessoas.

As pessoas precisam entender, para serem libertas dessas prisões, que cada pessoa tem suas próprias decisões a serem tomadas. O medo faz parte, mas é preciso que as pessoas arrisquem mais para que entendam seus próprios caminhos. Para que possam buscar encontrar sua própria forma de enxergar o mundo, e o que nele há. Para saírem das cavernas e buscarem por coisas novas, por algo mais do que o comum. Para fazerem aquilo que elas sentem que é o que precisam fazer e não apenas aquilo que é imposto pela sociedade. As pessoas precisam confiar mais em si próprias e acreditar mais na vida. 


Milena Carneiro, nº 26, 1º ano G.

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