As prisões
O que se entende quando se fala sobre prisão, é sobre algo onde pessoas que cometeram crimes permanecem por um determinando tempo, muitas delas estão numa prisão injustamente, não fizeram nada de errado, mas foram colocadas ali da forma mais injusta. Mas na prisão se encontram pessoas que sim, foram presas justamente, por terem cometido algo que é contra a lei estabelecida na sua nação.
A prisão pode ter vários significados, mas o comum dentre esses significados, é algo que prende, um sofrimento, algo doloroso. Ela prende pessoas não só no lado físico, mas também no lado sentimental e emocional das pessoas. Dores são prisões que escravizam pessoas em todo o globo, cada um tem uma prisão dentro de si, uma dor que o faz sofrer, algo que mexe com a pessoa emocionalmente, por exemplo uma perda, uma pessoa perde sua mãe, alguém que marcou sua vida, pois a cuidou durante toda a sua vida, a tristeza por ter perdido alguém toma conta do ser da pessoa, essa tristeza é uma prisão.
Prisões também são consequências de erros que praticamos, de más decisões, são atitudes erradas do passado, que trouxeram prisões nas vidas de muitas pessoas, pessoas que não valorizaram coisas tão importantes, pessoas que deixaram de crer, pessoas que decepcionaram, e pessoas que desistiram, hoje elas vivem a se arrepender dos feitos do passado, pois vivem em situações muito difíceis, e se sentem culpados, a culpa os julga, essa culpa é uma prisão.
Vícios, prostituição, drogas, tudo que venha tirar a paz do ser humano, tudo aquilo que destrói o lado interior e exterior de alguém, tudo aquilo que destrói famílias, tudo aquilo que destrói sonhos e vidas, são prisões, tudo que tira o foco, tudo que destrói amizades, são prisões. Prisões são coisas que prendem e fazem o ser humano desistir de tudo, tudo aquilo que ele estava disposto a conquistar, tudo aquilo que ele estava disposto a lutar, prisões impedem o homem de enxergar o futuro, de enxergar um mundo melhor, de enxergar a verdade, e ver grandes possibilidades, prisões são prisões.
Muitos pensam que prisões são permanentes, que não há como sair delas, e talvez até pensam que são mais felizes presas, essas pessoas não conseguem enxergar a liberdade, não conseguem ver a vida, elas não conseguem ver as maravilhas da vida, das possibilidades, das conquistas, elas não conseguem ver, mas existe uma nova chance para elas, porque o ser humano pode quebrar suas prisões, se libertar e vencer, ele pode mudar de vida, esquecer o seu passado, viver o presente, para mudar o seu futuro. Se existe alguma prisão que prenda, existe uma liberdade que liberta, que muda, e traz renovo para o homem, uma liberdade que traz felicidade, que abre os olhos e a mente do homem, que faz o homem enxergar e viver mudanças, uma liberdade que traz a visão dum mundo diferente que traz a visão de grandes possibilidades. Se vives numa prisão, erga-se, e se liberte, viva uma nova vida, sendo lutador e conquistador.
Nome: Gabriel Teixeira Santos nº: 13 1ºG
”Um livro não é um livro, mas sim um homem que fala através do livro.” - Alberto Moravia
segunda-feira, 16 de setembro de 2013
Lira 22 II parte
Saudade e suas interpretações.
Saudade, um sentimento difícil de ser descrito, considerado também a sétima palavra de mais difícil tradução, existente apenas no galego e no português.
Aluno:Gabriel Rezende de Lima Mendes N°39 1°G (16/09/2013 às 23:17)
Saudade, um sentimento difícil de ser descrito, considerado também a sétima palavra de mais difícil tradução, existente apenas no galego e no português.
Um amor, uma grande paixão de
infância, sentimos saudade apenas daquilo que já perdemos ou que já está
distante, uma verdadeira prisão de melancolias e solidão, São Tomás de Aquino
dizia que a saudade é por si contrária ao prazer, ''um efeito colateral da dor
deleitável, como recordação daqui que se ama e faz perceber o amor daquilo por
cuja ausência dos doemos. ''
Assim como São Tomás de Aquino,
Tomás António Gonzaga conseguia descrever bem as características de sua saudade
por seu amor Marília, em seu livro onde descreve sua paixão e conta também a
sua própria história usando o pseudônimo de Dirceu.
Não saber o que fazer da vida e como ela parece ser
infinita e ao mesmo tempo curta, quando sonhamos com aquilo que não se faz mais
presente, a saudade se torna cada vez mais inevitável, acabamos por contar os
segundos, que se tornam meses, anos e por fim décadas, mas há ainda aquela
saudade que acabamos por esquecer ou substituir, ou seja, o que você sentiu não
foi a saudade por essência apenas o sentimento de solidão, uma esperança
investida na pessoa errada, ou até mesmo uma esperança muito grande em pessoas
que na verdade não puderam ou não podem satisfaze-la. Às vezes tentamos encontrar nossa fonte de desejos em outras
pessoas, dedicamos amor, paz e fraternidade, verdadeiras amizades que vão se
distanciando e o remorso se torna a própria saudade daquilo que não
conseguimos, ou estávamos ocupados demais para realiza-las.
O amor não necessita ter que se sentir saudade para
existir, mas a saudade para existir precisa de um amor muito forte para que ele
se mantenha presente.
Amor, solidão, razão envolvem um só tema que como descrito
no primeiro parágrafo do texto é visto apenas em duas línguas, saudade e suas
várias interpretações nos faz sentir vivos mesmo com toda a distância imposta
pelo mundo e pelo tempo, essa mesma sensação fez com que famílias se
mantivessem vivas apenas pela dúvida do existir, seja como for, com um nome
referente ou não, a saudade se faz presente não só na sua vida, como na de
todos.
A
vida de Dirceu
Quando
um homem e preso e fica longe de sua amada, ele sente uma dor profunda no seu coração,
ele não sabe o que vai fazer, se ele chora, foge ou aguenta ate o fim, mas
sabemos que quando ele o poeta Dirceu esta trancado em uma prisão ele faz liras
magníficas, como a lira 22 que retrata o seu sofrimento distante de Marília.
Dirceu
quando ficou preso, ele vê o barulho do grilhão arrastando sobre o chão da cela
e ele fala pro próprio coração que não se assuste, parece que ele que fala pro
seu coração que essa peleja vai acabar logo, não se preocupe que isso vai acabar
daqui alguns dias nos vamos ver o nosso amor de volta a bela Marília.
Em
todos os trechos Dirceu fala que seu coração não precisa se assustar, porque
isso vai acabar, mas ele sente a pressão, o incômodo, o sizinho de ficar preso
sem a sua amada, sem a sua paixão de sua vida.
Quando
Dirceu foi preso foi uma grande noticia para todos, ele não acreditou que ia
ficar sem sua amada, ele fala sempre de Marília porque fica pensando sempre em Marília,
quando olha pras paredes, pras torres ele sempre pensa em sua Marília, mas
sabemos que ele esta mais preocupado com a volta para a casa e ver a Marília do
que ser morto pelos soldados.
No
ultimo verso o Dirceu fala pra Marília ter forças que um dia ele vai sair não se
sinta insegura porque ele vai voltar um dia, que tenha um coração forte um
peito forte, que nunca desista como ele esta fazendo na prisão, sempre tendo
esperançar de ser liberto da prisão como ele sempre diz que seu coração não tenha
medo porque ele acredita na liberdade.
Nessa
lira Dirceu expressa seu sentimentos profundo por Marília, quando ele foi preso
ele nunca desistiu de ser liberto ele sempre ficou pensando nela ele nunca
desistiu da sua amada.
Na
lira ele bota a esperança de reencontrar seu amor, ele sempre ficou esperando
por ela, ficava com medo, mas tinha esperança de sair da prisão e nesse período
de ficar engaiolado ele fez liras e poemas magníficos como esse que eu estou
relatando e uns dos mais interessantes que já li, porque ele nunca desistiu de
ter mais um amor na sua vida sempre ficava pensando no amanha.
PABLLO MATHEUS numero:28 1g
Dissertação lira 22 part.2 do livro
SAUDADES QUE PARECE UMA
PRISÃO
Nesta lira fala o que sofre um homem
apaixonado sofre pela sua amada ,fala da beleza entre outras coisas que sentiam
e que mas admirava nela.Um sofrimento que normal pra sofridas por muita gente até
hoje .
O homem apaixonado que tem admiração pela
sua amada e sofri como se estivesse dentro de uma cela de prisão, com um vazio
no peito, sentindo falta de ver, de tocar .Isso acontece com vários escritores
famosos que uma de suas maiores obras são escritas quando ele esta se sentido
só com um vazio no peito que acha melhor se expressar escrevendo, colocando seu
piores sentimentos na ponta da caneta.
Este sofrimento não ocorre somente com
escritores,ocorre com varias pessoas que
sofre por seu amor por muitos outros motivos como por exemplo:a proibição dos
pais, a distancia , a diferença de idade, ou quando um tem um relacionamento ou
uma família e não pode se separar.Alguns tem reações normais sofre quieto
calado sem quase ninguém saber somente os amigos mas próximos ou familiares.Outros
tem atitudes mas drásticas fazem escândalos,
entram em depressão,as vezes chegam até tomar a atitude de si matar por com de
seu amor que não pode ser vivido.
Cada pessoa tem um motivo um
sofrimento tem suas atitudes, tomam decisões certa ou errada, isso vai de cada
pessoa.Também existi aquelas que não sofre por amor entre um homem e uma
mulher, mas sim um amor paternal de pai filho,entre irmãos,primos,familiares.Por
aquelas pessoas que já faleceu ,que causa uma
dor enorme para familiares e
amigos,que este sim sofrer de muito longe.
Concerta todo estes amores tem direito de sofrer, mas também que pensar
muito antes de tomar qualquer atitude seja ela qual for, para pensar na suas consequências
que ela pode casar.Mas para aqueles corajosos tenho certeza que deve lutar pelo
seu amor em vez de ficar sofrendo se sentido como se tivesse na prisão,mas com
cuidado pra não ferir pessoas que não estão no meio da sua historia.O
importante e a pessoa ser feliz não ficar sofrendo por nada se for melhor tente
outra pessoa que te faça bem.E concorde com suas decisões para que construam ótima relação se muitas brigas e discussões, tom cuidado e seja feliz sempre que com certeza vai dar tudo certo na sua vida ....
Daniel Victor de Carvalho nº:05 1ºG
domingo, 15 de setembro de 2013
Dissertação: Lira 22, parte 2
Prisões: Externas e Internas.
Todos os anos milhares de pessoas
são presas no mundo inteiro justa ou injustamente. Muitas por crimes pequenos,
sem grande “importância”. Muitos, porém, são presos por crimes hediondos,
terríveis, podendo ficar grande parte de sua vida presos, e, dependendo do país
onde vivem, a vida inteira presos. Mas há aquelas prisões que independente das
pessoas terem cometido ou não crimes “imperdoáveis”, muitas pessoas parecem
estar condenadas a passar o resto de suas vidas ali. São as chamadas prisões internas.
Segundo Platão em O mito da
caverna, todas as pessoas vivem dentro de uma caverna, uma prisão interna, até
o momento em que se atrevem a sair, e enxergar o mundo com os olhos diferentes.
Pessoas que só conseguem enxergar aquilo que é visível. Pessoas que não
conseguem ter fé, ou correr atrás de ver o mundo com um olhar diferente. Ver esperança,
onde a maioria só consegue ver ruínas. Ver alegria, onde a maioria só consegue
ver dor. Essa prisão poderia também ser comparada à alienação, ignorância. Ao fato
de pessoas se contentarem apenas com o que os outros já disseram ser o correto,
e não buscar por novas respostas no mundo, buscar viver ela mesma suas próprias
experiências. Ao o fato de acharem que a vida existe apenas por existir, e que
não há uma razão para tudo isso.
Muitas vezes as pessoas também são aprisionadas por decisões erradas que
acabaram tomando. Drogas, prostituição, vícios em geral, são apenas alguns
exemplos dessas prisões. E por falar em tomar decisões, há ainda as pessoas que
acabam sendo aprisionadas por não tomar as decisões que elas sentiam ser as
decisões adequadas para elas. No percorrer da vida, muitas decisões precisam
ser tomadas. E muitas vezes, o medo de tomar a decisão errada, ou o fato de não
querer decepcionar alguém, faz com que as pessoas acabem tomando decisões que
as aprisionem ainda mais por não estarem tomando as decisões que elas sentiam
ser a ideias para si, mas sim, as decisões que pareciam ser menos arriscadas e mais
fáceis de ser aceitas pelas outras pessoas.
As pessoas precisam entender, para serem libertas dessas prisões, que
cada pessoa tem suas próprias decisões a serem tomadas. O medo faz parte, mas é
preciso que as pessoas arrisquem mais para que entendam seus próprios caminhos.
Para que possam buscar encontrar sua própria forma de enxergar o mundo, e o que
nele há. Para saírem das cavernas e buscarem por coisas novas, por algo mais do
que o comum. Para fazerem aquilo que elas sentem que é o que precisam fazer e
não apenas aquilo que é imposto pela sociedade. As pessoas precisam confiar
mais em si próprias e acreditar mais na vida.
Milena Carneiro, nº 26, 1º ano G.
quinta-feira, 5 de setembro de 2013
Soneto 10
Adeus, cabana, adeus; adeus, ó gado;Albina ingrata, adeus, em paz te deixo;
Adeus, doce rabil; neste alto freixo
Te fica, ao meu destino consagrado.
Se te for meu sucesso perguntado,
não declares, rabil, de quem me queixo;
não quero que se saiba vive Aleixo
por causa de uma infame desterrado.
Se vires a pastor desconhecido,
lhe dize então piedoso: - Ah! vai-te embora,
atalha os danos, que outros têm sentido.
Habita nesta aldeia uma pastora,
de rosto belo, coração fingido,
umas vezes cruel, e as mais traidora.
Interpretação
Nesse soneto o autor está se despedindo do seu lar ,pois ele esta se separando de Lindora no ultimo verso do soneto ele diz "Habita nesta aldeia uma pastora,de rosto belo, coração fingido,umas vezes cruel, e as mais traidora." percebe se que depois do fim do casamento ele foi embora e deixou o seus bens com ela.
Características
A principal característica do arcadismo nesse soneto foi a simplicidade pois não se agarrou a nenhum bem material.
Glossário
Desterrado: Aquele que foi banido da pátria, exilado, banido.Infame: Desonrado ,desacreditado ,desprezado.
Atalha: Impedir, cortar, interromper; embaraçar, obstruir.
Nome: Gabriel Paiva Macêdo
N°: 12
Turma: G
SONETO IV
Ainda que de Laura esteja ausente,
Há de a chama durar no peito amante;
Que existe retratado o seu semblante,
Se não nos olhos meus, na minha mente.
Mil vezes finjo vê-la, e eternamente
Abraço a sombra vã; só neste instante
Conheço que ela está de mim distante,
Que tudo é ilusão que esta alma sente.
Talvez que ao bem de a ver amor resista;
Porque minha paixão, que aos céus é grata
Por inocente assim melhor persista;
Pois quando só na idéia ma retrata,
Debuxa os dotes com que prende a vista,
Esconde as obras com que ofende, ingrata
Aluno: Gabriel Rezende de Lima Mendes N°39 1°G (05/09/2013-23:34)
Há de a chama durar no peito amante;
Que existe retratado o seu semblante,
Se não nos olhos meus, na minha mente.
Mil vezes finjo vê-la, e eternamente
Abraço a sombra vã; só neste instante
Conheço que ela está de mim distante,
Que tudo é ilusão que esta alma sente.
Talvez que ao bem de a ver amor resista;
Porque minha paixão, que aos céus é grata
Por inocente assim melhor persista;
Pois quando só na idéia ma retrata,
Debuxa os dotes com que prende a vista,
Esconde as obras com que ofende, ingrata
INTERPRETAÇÃO
Nesse soneto Tomás deixa claro que mesmo que os louros estejam ausentes, ou seja a vitória, a saudade de Marília ainda se faz presente, e mesmo com toda a distancia, ele ainda se recorda das mesmas afeições de Marília, e essa imagem faz com que ele acabe sonhando acordado, por que o seu amor continua o mesmo depois de tanto tempo, o que acaba fazendo com que ele tendo que imaginar ter que viver sem seu grande amor, o deixando extremamente perturbado.
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CARACTERÍSTICAS DO ARCADISMO DO SONETO
Uma característica constante do arcadismo neste soneto é o modo como ele ainda idealizada a mulher amada, usando também o texto objetivo direcionando e sua exaltação em relação ainda aos povos antigos da mitologia, quando ele faz menção a árvore de louros, denominado de Laura ou loureiro, que na Grécia antiga era um sinal de vitória.
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GLOSSÁRIO
Laura: Árvore de louros.
Semblante: Face, rosto.
Debuxa: Esboçar.
Delinear: Traçar.
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Contexto Histórico
Não há uma cronologia certa para a época em que foi escrita este soneto, apenas deduções e hipóteses.
Soneto III, 3ª parte.
Enganei-me, enganei-me - paciência!
Acreditei às vezes, cri, Ormia,
Que a tua singeleza igualaria
A tua mais que angélica aparência.
Enganei-me, enganei-me - paciência!
Ao menos conheci que não devia
Pôr nas mãos de uma externa galhardia
O prazer, o sossego e a inocência.
Enganei-me, cruel, com teu semblante,
E nada me admiro de faltares,
Que esse teu sexo nunca foi constante.
Mas tu perdeste mais em me enganares:
Que tu não acharás um firme amante,
E eu posso de traidoras ter milhares.
“Acreditei às vezes, cri, Ormia,
Que a tua singeleza igualaria
A tua mais que angélica aparência.”
No final ele ainda tenta se justificar afirmando que por mais que ele tenha sido enganado, ela nunca mais conseguirá ter um amante como ele, ao contrário dele, que afirma que poderia conseguir muitas outras iguais à ela.
Os sonetos contidos nessa parte do livro não têm uma cronologia certa, fazendo com que seu contexto histórico seja feito, em grande parte, por deduções. Portanto, a 3ª parte do livro é bastante confusa, ao ponto de que muitos pesquisadores acreditam na possibilidade desta não ter sido escrita por Tomás, e que pode não se tratar apenas de Maria Doroteia Joaquina de Seixas Brandão. E há hipóteses de que os sonetos tenham sido escritos após o exílio de Tomás, em um período onde ele já teria superado o fato de nunca poder ficar com sua amada, Maria. E onde ele estaria casado com Juliana de Sousa Mascarenhas, com quem teria tido dois filhos.
Milena Carneiro, nº 26, 1º ano G.
Acreditei às vezes, cri, Ormia,
Que a tua singeleza igualaria
A tua mais que angélica aparência.
Enganei-me, enganei-me - paciência!
Ao menos conheci que não devia
Pôr nas mãos de uma externa galhardia
O prazer, o sossego e a inocência.
Enganei-me, cruel, com teu semblante,
E nada me admiro de faltares,
Que esse teu sexo nunca foi constante.
Mas tu perdeste mais em me enganares:
Que tu não acharás um firme amante,
E eu posso de traidoras ter milhares.
Interpretação
Nesse poema Dirceu demonstra claramente seu desapontamento, mostrando a decepção pela qual passou e a inocência que tinha antes disso. Ele está realmente frustrado por ter sido enganado. E mostra até mesmo que acabou se deixando levar pelas aparências, como no trecho:“Acreditei às vezes, cri, Ormia,
Que a tua singeleza igualaria
A tua mais que angélica aparência.”
No final ele ainda tenta se justificar afirmando que por mais que ele tenha sido enganado, ela nunca mais conseguirá ter um amante como ele, ao contrário dele, que afirma que poderia conseguir muitas outras iguais à ela.
Características do Arcadismo na lira
A característica do arcadismo mais visível nesse poema é a forma objetiva como ele escreve, indo diretamente ao ponto principal, ao foco do poema. O soneto também é composto por uma linguagem clara e objetiva. O poema optou por não utilizar muitas palavras que apenas enfeitariam o texto. Um soneto simples, porém rico, que usa as palavras com precisão, e Tomás permanece com o uso de pseudônimos.Glossário
- Singeleza: Simplicidade, ingenuidade.
- Galhardia: Elegância, gentileza, generosidade, ânimo, distinção
Contexto Histórico
Os sonetos contidos nessa parte do livro não têm uma cronologia certa, fazendo com que seu contexto histórico seja feito, em grande parte, por deduções. Portanto, a 3ª parte do livro é bastante confusa, ao ponto de que muitos pesquisadores acreditam na possibilidade desta não ter sido escrita por Tomás, e que pode não se tratar apenas de Maria Doroteia Joaquina de Seixas Brandão. E há hipóteses de que os sonetos tenham sido escritos após o exílio de Tomás, em um período onde ele já teria superado o fato de nunca poder ficar com sua amada, Maria. E onde ele estaria casado com Juliana de Sousa Mascarenhas, com quem teria tido dois filhos.
Milena Carneiro, nº 26, 1º ano G.
Soneto 2
Num fértil campo de soberbo Douro,Dormindo sobre a relva, descansava,
Quando vi que a Fortuna me mostrava
Com alegre semblante o seu tesouro.
De uma parte, um montão de prata e ouro
Com pedras de valor o chão curvava;
Aqui um cetro, ali um trono estava,
Pendiam coroas mil de grama e louro.
- Acabou – diz-me então – a desventura:
De quantos bens te exponho qual te agrada,
Pois benigna os concedo, vai, procura.
Escolhi, acordei, e não vi nada:
Comigo assentei logo que a ventura
Nunca chega a passar de ser sonhada.
INTERPRETAÇÃO:
Nos sonhos nós nos encontramos cara a cara com nossos desejos mais íntimos, como a fortuna, e outros tipos de desejos. E quando acordarmos, percebemos que nada é real, e se a gente quiser alguma coisa, devemos parar de sonhar e fazer alguma coisa, buscar o nosso sonho.
CARACTERÍSTICAS DO ARCADISMO NO SONETO:
CARACTERÍSTICAS DO ARCADISMO NO SONETO:
A característica bucólica é encontrada no soneto, devido ao uso da natureza, e o deslumbramento da mesma.
É usada um linguagem simples no soneto, uma característica nobre do arcadismo. O soneto em si, é um soneto simples.
GLOSSÁRIO:
É usada um linguagem simples no soneto, uma característica nobre do arcadismo. O soneto em si, é um soneto simples.
GLOSSÁRIO:
Pender-Estar suspenso ou pendurado.
Inclinar-se, descair: o Sol já vai pendendo.
Depender.
Estar iminente.
Estar para cair.
Nome: Gabriel Teixeira Santos Nº: 13 1ºG
Inclinar-se, descair: o Sol já vai pendendo.
Depender.
Estar iminente.
Estar para cair.
Nome: Gabriel Teixeira Santos Nº: 13 1ºG
SONETO 8
Nascer no berço da maior grandeza,
De palmas e de louros rodeado,
Deve-se aos grandes pais, ao tronco honrado,
Que ilustra deste longe a natureza.
Se porém muito mais se adora e preza
O Dom que o nobre sangue traz herdado,
Pela própria virtude sustentado,
Feliz o objeto da presente empresa.
De mil heróis, no Tejo vencedores,
Um ramo nasce, um ramo que a memória
Faz imortal de seus progenitores.
Eu leio em vaticínio a sua história:
Une Francisco, a par de seus maiores
Ao herdado esplendor a própria glória
INTERPRETAÇÃO:
O autor nesse soneto fala sobre um nascimento em berço de ouro de maiores riquezas, fala de ter uma vantagem de nasce rico, que exerce o sangue nobre, e o bom de ser sangue nobre é que te traz benefícios, não precisa fazer muita coisa pra exerce uma glória, mas no final do soneto o autor fala que você trás sua própria glória sem precisar ser um sangue nobre.
GLOSSÁRIO:
vaticínio-Ato ou efeito de vaticinar; vaticinação.
Predição, prognóstico, profecia.
Nascer no berço da maior grandeza,
De palmas e de louros rodeado,
Deve-se aos grandes pais, ao tronco honrado,
Que ilustra deste longe a natureza.
Se porém muito mais se adora e preza
O Dom que o nobre sangue traz herdado,
Pela própria virtude sustentado,
Feliz o objeto da presente empresa.
De mil heróis, no Tejo vencedores,
Um ramo nasce, um ramo que a memória
Faz imortal de seus progenitores.
Eu leio em vaticínio a sua história:
Une Francisco, a par de seus maiores
Ao herdado esplendor a própria glória
INTERPRETAÇÃO:
O autor nesse soneto fala sobre um nascimento em berço de ouro de maiores riquezas, fala de ter uma vantagem de nasce rico, que exerce o sangue nobre, e o bom de ser sangue nobre é que te traz benefícios, não precisa fazer muita coisa pra exerce uma glória, mas no final do soneto o autor fala que você trás sua própria glória sem precisar ser um sangue nobre.
GLOSSÁRIO:
vaticínio-Ato ou efeito de vaticinar; vaticinação.
Predição, prognóstico, profecia.
ARCADISMO: Nesse soneto o autor fala sobre a natureza que ilustra deste o longe.
terça-feira, 3 de setembro de 2013
Lira II - 3ª Parte
Em vão do amado
filho que foge,
Vênus quer hoje
notícias ter.
Sagaz e astuto
ele se esconde
em parte aonde
ninguém o vê.
Dos sinais dados,
bem se conhece
que ele aborrece
a mãe que tem.
Se os seus defeitos
Ela publica,
razão lhe fica
de se ofender.
Foge o menino
e, disfarçado,
vive abrigado
numa cruel.
Com mil carícias
a ímpia o trata;
nem o desata
do peito seu.
Se a semelhança
sempre amor gera,
deve uma fera
outra acolher.
Ah! se o teu nome,
Marília, calo,
que de ti falo
bem podes crer.
Na lira o Poeta apresenta-se como um '' fugitivo '' do amor e afirma seu valor próprio diante das recusas. Esta Lira consiste nas novidades sentimentais e concepcionais que trouxe para uma literatura.Em algumas Partes Dirceu aparenta estar carente, falando de seus defeitos , onde a semelhança de ter o amor que sente.
Ímpia: Que ou quem não tem religião, que ou quem é contrário à religião, que ou quem não respeita as coisas sagradas ou as práticas religiosas, que ou quem ofende o que se considera digno de respeito, desumano e cruel.
Sagaz: Dotado de sagacidade, perspicaz e fino.
Pabllo Matheus Lima de Paulo nº: 28 1º G
filho que foge,
Vênus quer hoje
notícias ter.
Sagaz e astuto
ele se esconde
em parte aonde
ninguém o vê.
Dos sinais dados,
bem se conhece
que ele aborrece
a mãe que tem.
Se os seus defeitos
Ela publica,
razão lhe fica
de se ofender.
Foge o menino
e, disfarçado,
vive abrigado
numa cruel.
Com mil carícias
a ímpia o trata;
nem o desata
do peito seu.
Se a semelhança
sempre amor gera,
deve uma fera
outra acolher.
Ah! se o teu nome,
Marília, calo,
que de ti falo
bem podes crer.
Interpretação
Na lira o Poeta apresenta-se como um '' fugitivo '' do amor e afirma seu valor próprio diante das recusas. Esta Lira consiste nas novidades sentimentais e concepcionais que trouxe para uma literatura.Em algumas Partes Dirceu aparenta estar carente, falando de seus defeitos , onde a semelhança de ter o amor que sente.
Características do Arcadismo na Lira
Podemos perceber na Lira algumas características do Arcadismo como: Vocabulário simples; Frases na ordem direta; Ausência quase total de figuras de linguagem e é claro o uso frequente de pseudônimos.Comentário sobre a situação histórica
No Período que Tomás escreveu essa Lira, Segundo Alfredo Bosi, ele estava acima de tudo preocupado em "achar a versão literária mais justa dos seus cuidados". Assim, "a figura de Marília, os amores ainda não realizados e a mágoa da separação entram apenas como 'ocasiões' nas Liras e sonetos de Dirceu, o que diferencia o autor de vários outros futuros escritores românticos.Glossário
Ímpia: Que ou quem não tem religião, que ou quem é contrário à religião, que ou quem não respeita as coisas sagradas ou as práticas religiosas, que ou quem ofende o que se considera digno de respeito, desumano e cruel.
Sagaz: Dotado de sagacidade, perspicaz e fino.
Pabllo Matheus Lima de Paulo nº: 28 1º G
sábado, 31 de agosto de 2013
Três figuras de linguagens
Hipérbole
LiraVII pt2Umas de cor azul, ou mais escuras,
Outras de cor-de-rosa, ou prateadas,
Fazerem no horizonte
Mil diversas figuras.
Anáfora
LiraVII pt2
Anda afoita a romper os grossos mares,Anda encher de alegria estranhas terras;Ah! por ti suspiramOs meus saudosos lares.Comparação
LiraVI pt2
Já tinha calcado
os montes mais duros,
co peito rasgado
os rios escuros
Nome: Gabriel Paiva Macêdo
N°: 12
Turma: G
Parte III
Lira V
Eu não sou, minha Nise, pegureiro,
que viva de guardar alheio gado;
nem sou pastor grosseiro,
dos frios gelos e do sol queimado,
que veste as pardas lãs do seu cordeiro.
Graças, ó Nise bela,
graças à minha estrela!
A Cresso não igualo no tesouro;
mas deu-me a sorte com que honrado viva.
Não cinjo coroa d’ouro;
mas povos mando, e na testa altiva
verdeja a coroa do sagrado louro.
Graças, ó Nise bela,
graças à minha estrela!
Maldito seja aquele, que só trata
de contar, escondido, a vil riqueza,
que, cego, se arrebata
em buscar nos avós a vã nobreza,
com que aos mais homens, seus iguais, abata.
Graças, ó Nise bela,
graças à minha estrela!
As fortunas, que em torno de mim vejo,
por falsos bens, que enganam, não reputo;
mas antes mais desejo:
não para me voltar soberbo em bruto,
por ver-me grande, quando a mão te beijo.
Graças, ó Nise bela,
graças à minha estrela!
Pela ninfa, que jaz vertida em louro,
o grande deus Apolo não delira?
Jove, mudado em touro
e já mudado em velha não suspira?
seguir aos deuses nunca foi desdouro.
Graças, ó Nise bela,
graças à minha estrela!
Pertendam Anibais honrar a História,
e cinjam com a mão, de sangue cheia,
os louros da vitória;
eu revolvo os teus dons na minha idéia:
só dons que vêm do céu são minha glória.
Graças, ó Nise bela,
graças à minha estrela!
Interpretação
Nessa lira o Tomás Antonio (Dirceu) Passa uma ideia de humildade ele diz que é um simples pastor,e também cita exemplos de deuses como "Pela ninfa, que jaz vertida em louro ,o grande deus Apolo não delira?" e "Jove, mudado em touro e já mudado em velha não suspira?" nesse exemplos ele diz que até os deuses com todo poder que eles têm tem horas que não são soberbos.
Características do Arcadismo encontradas na lira
As principais características foram o uso do bucolismo e pseudônimos pastoris que ele usou no livro quase todo .Algo que eu acho interessante é que ele não usou muito uma das características principais do arcadismo que é retratação do homem natural no livro todo ele usou poucas vezes.
Comentário histórico
Nessa época ele já tinha saído da prisão ,e percebe-se ,não exatamente nessa lira ,que ele esta criando intenções de se casar com a marilha.
Glossário
Pegureiro: Pastor ,guardador de gado.Soberbo: Arrogante ,no popular metido.
Cingir: Cercar,permanecer.
Louro: Gloria.
vil: Valor pequeno
Arrebatar:Retirar de um lugar com violência,arrancar
Aluno:Gabriel Paiva Macêdo
N°:12
Turma:G
Gabriel Rezende de Lima Mendes 3 Figuras de Linguagem
Personificação - Lira I - III Parte
''Sabes quem vai no navio,
Que nesse amar se levanta?''
Hipérbole - Lira II - III Parte
''Com mil carícias
a ímpia o trata;''
Comparação - Lira VII - III Parte
''Verás como o Leão, na proa arfando,
converte em branca espuma as negras ondas,
que atalha e corta com murmúrio brando;''
Aluno: Gabriel Rezende de Lima Mendes N°39 1°G (31/08/2013-23:44)
''Sabes quem vai no navio,
Que nesse amar se levanta?''
Hipérbole - Lira II - III Parte
''Com mil carícias
a ímpia o trata;''
Comparação - Lira VII - III Parte
''Verás como o Leão, na proa arfando,
converte em branca espuma as negras ondas,
que atalha e corta com murmúrio brando;''
Aluno: Gabriel Rezende de Lima Mendes N°39 1°G (31/08/2013-23:44)
Lira I
PARTE III
Lira I
Convidou-me a ver seu Templo
O cego Cupido um dia;
Encheu-se de gosto o peito,
Fiz deste Deus um conceito,
Como dele não fazia.
Aqui vejo descorados
Os terníssimos amantes,
Entre as cadeias gemerem;
Vejo nas piras arderem
As entranhas palpitantes.
A quem amas, quanto avistas
(Diz Cupido) não aterra;
Quem quer cingir o loureiro
Também vai sofrer primeiro
Todo o trabalho da guerra.
Contudo, que te dilates
Neste sítio não convenho;
Deixa a estância lastimosa,
Vem ver a sala formosa
Aonde o meu sólio tenho.
Entre noutro grande Templo;
Que perspectiva tão grata!
Tudo quanto nele vejo
Passa além do meu desejo,
E o discurso me arrebata.
É de mármore, e de jaspe
O soberbo frontispício;
É todo por dentro de ouro;
E a um tão rico tesouro
Inda excede o artifício.
As janelas não se adornam
De sedas de finas cores;
Em lugar dos cortinados,
Estão presos, e enlaçados
Festões de mimosas flores.
Em torno da sala augusta
Ardem dourados braseiros,
Queimam resinas que estalam,
E postas em fumo exalam
Da Panchaia os gratos cheiros.
Ao pé do trono os seus Gênios
Alegres hinos entoam;
Dançam as Graças formosas,
E aqui as horas gostosas
Em vez de correrem voam.
Estão sobre o pavimento
Igualmente reclinados,
Nos colos dos seus amores,
Os grandes Reis, e os Pastores,
De frescas rosas coroados.
Mal o acordo restauro,
Me diz o moço risonho,
Como ainda não reparas
Em tantas coisas tão raras,
De que este Templo componho?
Sabes a história de Jove?
Aqui tens o manso Touro,
Tens o Cisne decantado,
A Velha em que foi mudado,
Com a grossa chuva de ouro.
Aplica, Dirceu, agora
Os olhos ara esta parte,
Aqui tens a Lira d’ouro
Que inda estima o Pastor louro;
E a rede que enlaça a Marte.
Vês este arco destramente
De branco marfim ornado?
À casta Deusa servia,
E o perdeu quando dormia
Do gentil Pastor ao lado.
Vês esta lira? com ela
Tira Orfeu ao bem querido
Dos Infernos onde estava:
Vês este farol? guiava
Ao meu nadador de Abido.
Vês estas duas espadas
Ainda de sangue cheias?
A Tisbe, e a Dido mataram;
E os fortes pulsos ornaram
De Píramo, e mais de Enéias.
Sabes quem vai no navio,
Que este mar se levanta?
É Teseu. Vês esse pomo?
É de Cípide, assim como
São aqueles de Atlanta.
Vê agora estes retratos,
Que destros pincéis fizeram,
Ah! que pinturas divinas!
Todas são das heroínas,
Que mais vitórias me deram.
Repara nesse semblante,
É o semblante de Helena;
Lá se avista a Grega armada,
E aqui de Tróia abrasada
Se mostra a funesta cena.
Vê est’outra formosura?
É a bela Deidamia;
Lá tens Aquiles ao lado,
De uma saia disfarçado,
Como com ela vivia.
Cleópatra é quem se segue:
Ali tens lançado a linha
Marco Antônio sossegado,
Ao tempo em que Augusto irado
Com armada nau caminha.
Aqui Hérmia se figura;
Vê um Sábio dos maiores,
Qual infame delinqüente,
Ir desterrado, somente
Por cantar os seus amores.
Este é de Ônfale o retrato;
Aqui tens (quem o diria!)
Ao grande Hércules sentado
Com as mais damas no estrado,
Onde em seu obséquio fia.
Anda agora a est’outra parte,
Conheces, Dirceu, aquela?
Onde vais, lhe digo, explica,
Que beleza aqui nos fica,
Sem fazeres caso dela?
Ergo o rosto, ponho a vista
Na imagem não explicada,
Oh! quanto é digna de apreço!
Mal exclamo assim, conheço
Ser a minha doce amada.
O coração pelos olhos
Em terno pranto saía,
E no meu peito saltava;
Disfarçando amor, olhava
Para mim a furto, e ria.
Depois de passado tempo,
A mim se chega, e me abala;
Desperto de tanto assombro;
Ele bate no meu ombro,
E assim afável me fala:
Sim, caro Dirceu, é esta
A divina formosura,
Que te destina Cupido;
Aqui tens o laço urdido
Da tua imortal ventura.
Um Nume, Dirceu, um Nume,
Que os trabalhos de um humano
Desta sorte felicita,
Não é como se acredita,
Não é um Nume tirano.
Olha se a cega Fortuna,
De tudo quanto se cria,
Ou nos mares, ou na terra,
Em seus tesouros encerra
Outro bem de mais valia?
Lisas faces cor-de-rosa,
Brancos dentes, olhos belos,
Lindos beiços encarnados,
Pescoço, e peitos nevados,
Negros, e finos cabelos,
Não valem mais que cingires,
Com braço de sangue imundo,
Na cabeça o verde louro?
Do que teres montes de ouro?
Do que dares leis ao mundo?
Ah! ensina, sim, ensina
Ao vil mortal atrevido,
E ao peito que adora terno,
Que tem, para um o Inferno,
Para outro um Céu, o Cupido.
Ao resto Amor me convida,
Eu chorando a mão lhe beijo,
E lhe digo: Amor, perdoa
Não seguir-te; pois não voa
A ver mais o meu desejo.
INTERPRETAÇÃO DA LIRA
Aluno: Gabriel Rezende de Lima Mendes N°39 1°G (31/08/2013-23:30)
Lira I
Convidou-me a ver seu Templo
O cego Cupido um dia;
Encheu-se de gosto o peito,
Fiz deste Deus um conceito,
Como dele não fazia.
Aqui vejo descorados
Os terníssimos amantes,
Entre as cadeias gemerem;
Vejo nas piras arderem
As entranhas palpitantes.
A quem amas, quanto avistas
(Diz Cupido) não aterra;
Quem quer cingir o loureiro
Também vai sofrer primeiro
Todo o trabalho da guerra.
Contudo, que te dilates
Neste sítio não convenho;
Deixa a estância lastimosa,
Vem ver a sala formosa
Aonde o meu sólio tenho.
Entre noutro grande Templo;
Que perspectiva tão grata!
Tudo quanto nele vejo
Passa além do meu desejo,
E o discurso me arrebata.
É de mármore, e de jaspe
O soberbo frontispício;
É todo por dentro de ouro;
E a um tão rico tesouro
Inda excede o artifício.
As janelas não se adornam
De sedas de finas cores;
Em lugar dos cortinados,
Estão presos, e enlaçados
Festões de mimosas flores.
Em torno da sala augusta
Ardem dourados braseiros,
Queimam resinas que estalam,
E postas em fumo exalam
Da Panchaia os gratos cheiros.
Ao pé do trono os seus Gênios
Alegres hinos entoam;
Dançam as Graças formosas,
E aqui as horas gostosas
Em vez de correrem voam.
Estão sobre o pavimento
Igualmente reclinados,
Nos colos dos seus amores,
Os grandes Reis, e os Pastores,
De frescas rosas coroados.
Mal o acordo restauro,
Me diz o moço risonho,
Como ainda não reparas
Em tantas coisas tão raras,
De que este Templo componho?
Sabes a história de Jove?
Aqui tens o manso Touro,
Tens o Cisne decantado,
A Velha em que foi mudado,
Com a grossa chuva de ouro.
Aplica, Dirceu, agora
Os olhos ara esta parte,
Aqui tens a Lira d’ouro
Que inda estima o Pastor louro;
E a rede que enlaça a Marte.
Vês este arco destramente
De branco marfim ornado?
À casta Deusa servia,
E o perdeu quando dormia
Do gentil Pastor ao lado.
Vês esta lira? com ela
Tira Orfeu ao bem querido
Dos Infernos onde estava:
Vês este farol? guiava
Ao meu nadador de Abido.
Vês estas duas espadas
Ainda de sangue cheias?
A Tisbe, e a Dido mataram;
E os fortes pulsos ornaram
De Píramo, e mais de Enéias.
Sabes quem vai no navio,
Que este mar se levanta?
É Teseu. Vês esse pomo?
É de Cípide, assim como
São aqueles de Atlanta.
Vê agora estes retratos,
Que destros pincéis fizeram,
Ah! que pinturas divinas!
Todas são das heroínas,
Que mais vitórias me deram.
Repara nesse semblante,
É o semblante de Helena;
Lá se avista a Grega armada,
E aqui de Tróia abrasada
Se mostra a funesta cena.
Vê est’outra formosura?
É a bela Deidamia;
Lá tens Aquiles ao lado,
De uma saia disfarçado,
Como com ela vivia.
Cleópatra é quem se segue:
Ali tens lançado a linha
Marco Antônio sossegado,
Ao tempo em que Augusto irado
Com armada nau caminha.
Aqui Hérmia se figura;
Vê um Sábio dos maiores,
Qual infame delinqüente,
Ir desterrado, somente
Por cantar os seus amores.
Este é de Ônfale o retrato;
Aqui tens (quem o diria!)
Ao grande Hércules sentado
Com as mais damas no estrado,
Onde em seu obséquio fia.
Anda agora a est’outra parte,
Conheces, Dirceu, aquela?
Onde vais, lhe digo, explica,
Que beleza aqui nos fica,
Sem fazeres caso dela?
Ergo o rosto, ponho a vista
Na imagem não explicada,
Oh! quanto é digna de apreço!
Mal exclamo assim, conheço
Ser a minha doce amada.
O coração pelos olhos
Em terno pranto saía,
E no meu peito saltava;
Disfarçando amor, olhava
Para mim a furto, e ria.
Depois de passado tempo,
A mim se chega, e me abala;
Desperto de tanto assombro;
Ele bate no meu ombro,
E assim afável me fala:
Sim, caro Dirceu, é esta
A divina formosura,
Que te destina Cupido;
Aqui tens o laço urdido
Da tua imortal ventura.
Um Nume, Dirceu, um Nume,
Que os trabalhos de um humano
Desta sorte felicita,
Não é como se acredita,
Não é um Nume tirano.
Olha se a cega Fortuna,
De tudo quanto se cria,
Ou nos mares, ou na terra,
Em seus tesouros encerra
Outro bem de mais valia?
Lisas faces cor-de-rosa,
Brancos dentes, olhos belos,
Lindos beiços encarnados,
Pescoço, e peitos nevados,
Negros, e finos cabelos,
Não valem mais que cingires,
Com braço de sangue imundo,
Na cabeça o verde louro?
Do que teres montes de ouro?
Do que dares leis ao mundo?
Ah! ensina, sim, ensina
Ao vil mortal atrevido,
E ao peito que adora terno,
Que tem, para um o Inferno,
Para outro um Céu, o Cupido.
Ao resto Amor me convida,
Eu chorando a mão lhe beijo,
E lhe digo: Amor, perdoa
Não seguir-te; pois não voa
A ver mais o meu desejo.
Na lira percebemos que o eu lírico acaba sendo levado a lembrar de seu grande amor Marília, pelo Cupido, ele é convidado a ir ao templo aonde conhece coisas maravilhosas, sendo este comparado ao céu, em sua estadia ele vê no interior do templo cenas memoráveis, cenas de luta e de amor, com personagens da mitologia grega e romana.
Contudo ao final da visita, Dirceu vê Marília e acaba se admirando, esquecendo de tudo que tinha visto antes, essa imagem o leva a sentir tudo o que sentia antes de seu exílio, e por fim ainda a descreve como era antes e hoje, bonita, de pele rosada, com seus cabelos negros, seus belos dentes e com os mesmos lábios carnudos.
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CARACTERÍSTICAS DO ARCADISMO E DA LIRA
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CARACTERÍSTICAS DO ARCADISMO E DA LIRA
Na lira em questão percebemos o uso constante da mitologia pagã que é quando ele cita grandes exemplos da mitologia grega e romana como: O Cupido, Orfeu, Hércules, Marco Antônio, Cleópatra ,as Graças e Horas entre outros.
Percebemos ainda que o autor usa o pastoralismo, quando este coloca a seguinte referência ''Do gentil Pastor ao lado''.
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GLOSSÁRIO
Terníssimo: muito terno, de grande afeição.
Terníssimo: muito terno, de grande afeição.
Pira: fogueira usada por gregos e romanos para queimas cadáveres.
Aterrar: por terra.
Estância: moradia.
Lastimosa: tristeza.
Jaspe: tipo de rocha.
Soberbo: vaidosa, admirável.
Frontispício: face de um monumento.
Artifício: objeto ou ação feito por homens.
Augusta: divina.
Jove: Júpiter, principal deus romano.
Inda: ainda.
Ornado: Enfeitado.
Orfeu: personagem grego que tocava lira.
Obséquio: gentileza, pedido.
Horas: as deusas que presidiam às estações, que eram as porteiras do Olimpo.
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SITUAÇÃO HISTÓRICA DA ÉPOCA
Foi publicada pela primeira vez em 1811 pela edição lacerdina, que encorporou a I.ª Parte, com o n.° 37. Tomás Antônio Gonzaga escreveu esta lira em uma tentativa de se recordar de Maria Doroteia, a quem sempre amou.
Lira VII Parte III
Tu, formosa Marília, já fizeste
Com teus olhos ditosas as campinas
Do turvo ribeirão em que nascestes;
Deixa, Marília, agora
As já lavradas setas:
Anda afoita a romper os grossos mares,
Anda encher de alegria estranhas terras;
Ah! por ti suspiram
Os meus saudosos lares.
Não corres como Safo sem ventura,
Em seguimento de um cruel ingrato,
Que não cede aos encantos da ternura;
Segues um fino amante,
Que a perder-te morria.
Quebra os grilhões do sangue, e vem, ó Bela;
Tu já foste no Sul a minha guia,
Ah! deves ser no Norte
Também a minha estrela.
Verás ao Deus Netuno sossegado,
Aplainar c’o tridente as crespas ondas;
Ficar como dormindo o mar salgado;
Verás, verás, d’alheta
Soprar o brando vento;
Mover-se o leme, desrinzar-se o linho:
Seguirem os delfins o movimento,
Que leva na carreira
O empavesado pinho.
Verás como o Leão na proa arfando
Converte em branca espuma as negras ondas,
Que atalha, e corta com murmúrio brando;
Verás, verás, Marília,
Da janela dourada,
Que uma comprida estrada representa
A linfa cristalina, que pisada
Pela popa que foge,
Em borbotões rebenta.
Bruto peixe verás de corpo imenso
Tornar ao torto anzol, depois de o terem
Pela rasgada boca ao ar suspenso;
Os pequenos peixinhos
Quais pássaros voarem;
De toninhas verás o mar coalhado,
Ora surgirem, ora mergulharem,
Fingindo ao longe as ondas,
Que forma o vento irado.
Verás que o grande monstro se apresenta,
Um repuxo formando com as águas,
Que ao mar espalha da robusta venta;
Verás, enfim, Marília,
As nuvens levantadas,
Umas de cor azul, ou mais escuras,
Outras de cor-de-rosa, ou prateadas,
Fazerem no horizonte
Mil diversas figuras.
Mal chegares à foz do claro Tejo,
Apenas ele vir o teu semblante,
Dará no leme do baixel um beijo.
Eu lhe direi vaidoso:
“Não trago, não, comigo,
“Nem pedras de valor, nem montes d’ouro;
“Roubei as áureas minas, e consigo
“Trazer para os teus cofres
‘‘Este maior Tesouro.”
INTERPRETAÇÃO: Nesta lira, Dirceu escreve o que passa na sua imaginação, ele imagina uma vida apaixonante e perfeita ao lado de Marília. Na lira, os dois estão na proa de uma navio observando os fenômenos naturais, os animais que se exibem para eles, observam as ondas, as nuvens coloridas. O sonho é perfeito, pois eles estão um do lado do outro, juntos, sentindo e observando as maravilhas ao redor deles. Depois de chegarem ao destino do navio, o homem que olhar para Marília, ficará maravilhado com a beleza dela, e depois Dirceu poderá se orgulhar, por ter o coração da mulher mais linda, de belezas e perfeições mais valiosas do que todas as riquezas.
CARACTERÍSTICAS DO ARCADISMO NA LIRA: São encontradas características bucólicas, devido a grande interação do eu-lírico com a natureza, o engrandecimento do amor, e também de uma forma bem amorosa, a demonstração do sentimento, descrito com uma linguagem bem simples.
GLOSSÁRIO: Ditosas-que tem boa sorte, venturoso, afortunado, feliz, felizardo.
afoitam- anima; animas; anime; encoraja; encorajas; encoraje; estimula; estimulas; estimule; incita; incitas; incite; induz; induza; induze; induzes.
aplainar- aplanar, nivelar, igualar: aplainar o terreno
delfins- Título dos soberanos no Delfinado e na Auvérnia, e, depois, do herdeiro presuntivo da coroa de França.
SITUAÇÃO HISTÓRICA DA ÉPOCA: Nesta parte, Dirceu rompe com a condição ideal de pastor, assumindo sua verdadeira condição social, e imaginando sua vida conjugal com Marília.
Fontes: literatura-edir.blogspot.com.br
Nome: Gabriel Teixeira Santos Nº: 13 1ºG
3ª parte, Lira IX
3ª parte, Lira IX
Chegou-se o dia mais tristeque o dia da morte feia;
caí do trono, Dircéia,
do trono dos braços teus,
Ah! não posso, não, não posso
dizer-te, meu bem,\\\ adeus!
Ímpio Fado, que não pôde
os doces laços quebrar-me,
por vingança quer levar-me
distante dos olhos teus.
Ah! não posso, não, não posso
dizer-te, meu bem, adeus!
Parto, enfim, e vou sem ver-te,
que neste fatal instante
há de ser o teu semblante
mui funesto aos olhos meus.
Ah! não posso, não, não posso
dizer-te, meu bem, adeus!
E crês, Dircéia, que devem
ver meus olhos penduradas
tristes lágrimas salgadas
correrem dos olhos teus?
Ah! não posso, não, não posso
dizer-te, meu bem, adeus!
De teus olhos engraçados,
que puderam, piedosos,
de tristes em venturosos
converter os dias meus?
Ah! não posso, não, não posso
dizer-te, meu bem, adeus!
Desses teus olhos divinos,
que, terno e sossegados,
enchem de flores os prados
enchem de luzes os céus?
Ah! não posso, não, não posso
dizer-te, meu bem, adeus!
Destes teus olhos, enfim,
que domam tigres valentes,
que nem rígidas serpentes
resistem aos tiros seus?
Ah! não posso, não, não posso
dizer-te, meu bem, adeus!
Da maneira que seriam
em não ver-te criminosos,
enquanto foram ditosos,
agora seriam réus.
Ah! não posso, não, não posso
dizer-te, meu bem, adeus!
Parto, enfim, Dircéia bela,
rasgando os ares cinzentos;
virão nas asas dos ventos
buscar-te os suspiros meus.
Ah! não posso, não, não posso
dizer-te, meu bem, adeus!
Talvez, Dircéia adorada,
que os duros fados me neguem
a glória de que eles cheguem
aos ternos ouvidos teus.
Ah! não posso, não, não posso
dizer-te, meu bem, adeus!
Mas se ditosos chegarem,
pois os solto a teu respeito,
dá-lhes abrigo no peito,
junta-os cos suspiros teus.
Ah! não posso, não, não posso
dizer-te, meu bem, adeus!
E quando tornar a ver-te,
ajuntando rosto a rosto,
entre os que dermos de gosto,
restitui-me então os meus.
Ah! não posso, não, não posso
dizer-te, meu bem, adeus!
Interpretação
No poema, escrito após o seu exílio, a gente consegue perceber a tristeza de Tomás ao ter que se despedir de sua amada. Ao ter que partir sabendo que nunca mais poderia vê-la novamente. Ele mostra o quanto era difícil dizer adeus à sua amada e fala como estava sofrendo por isso. E Dirceu também fala um pouco sobre a aparência de sua amada e de como sentiria falta disso.Características do Arcadismo na lira
As principais características do arcadismo encontradas na lira são:- Inspiração nos modelos clássicos greco-latinos e renascentistas;
- tom confessional;
- estado de espírito de espontaneidade dos sentimentos;
- exaltação da pureza, da ingenuidade e da beleza.
Glossário
- Semblante: Aparência de algo, face de alguém que pode estar feliz, triste ou expressando ou revelando algum sentimento. É a aparência.
- Funesto: Fatal, mortal, letal.
- Ventura: Sorte, acerto, êxito, felicidade, fortuna, acaso.
- Converter: Mudar, transformar.
- Prados: campo coberto de plantas forraginosas
- Ditoso: Que tem boa sorte; venturoso, afortunado, feliz, felizardo.
- Restitui: Entregar alguma coisa a seu dono: dar de volta, devolver.
Comentário Histórico
Essa parte do livro foi publicada em 1812. O livro foi escrito e publicado enquanto Tomás ainda estava preso, o que nos faz entender que ele teria entregado o material para um terceiro que teria feito com que o livro fosse publicado e chegasse a ter na época, mais exemplares vendidos do que Camões. Marília chegou a ficar tão famosa que até o Imperador Dom Pedro I, quando veio ao Brasil, quis conhecer a musa inspiradora de Gonzaga. Marília teve que beijar a mão do homem que havia destruído todos os seus sonhos, afinal, era o Imperador.
Milena Carneiro, nº 26, 1º ano G.
parte 3 lira III
Lira III
Tu não verás, Marília, cem cativos
Tirarem o cascalho, e a rica, terra,
Ou dos cercos dos rios caudalosos,
Ou da minada serra.
Não verás separar ao hábil negro
Do pesado esmeril a grossa areia,
E já brilharem os granetes de ouro
No fundo da bateia.
Não verás derrubar os virgens matos;
Queimar as capoeiras ainda novas;
Servir de adubo à terra a fértil cinza;
Lançar os grãos nas covas.
Não verás enrolar negros pacotes
Das secas folhas do cheiroso fumo;
Nem espremer entre as dentadas rodas
Da doce cana o sumo.
Verás em cima da espaçosa mesa
Altos volumes de enredados feitos;
Ver-me-ás folhear os grande livros,
E decidir os pleitos.Enquanto revolver os meus consultos.
Tu me farás gostosa companhia,
Lendo os fatos da sábia mestra história,
E os cantos da poesia.
Lerás em alta voz a imagem bela,
Eu vendo que lhe dás o justo apreço,
Gostoso tornarei a ler de novo
O cansado processo.
Se encontrares louvada uma beleza,
Marília, não lhe invejes a ventura,
Que tens quem leve à mais remota idade
A tua formosura.
Introdução
Nesta lira o autor fala o que sente realmente por Marília e mostra que assumir um relacionamento mais serio, e já imagina como sera .Também ressalta a beleza de Marília....
Característica do Arcadismo e da lira
As característica encontrada nesta lira,é a exaltação da natureza a todo momento.Comparando Marília a sua beleza,e mostrando que ta muito apaixonado por ela...
Glossário
Rios caudalosos: rios abundantes , grandes...
Hábil:que executa com agilidade, inteligencia , rapidez....
Formosura: Particularidade ou atributo do que é formoso; em que há beleza; boniteza.
Situação histórica
Nesta lira o autor assumi realmente a sua condição social,o que realmente e de verdade , e mostra que quer uma relação conjugal, quer se casar com Marília, e viver junto de sua amada, ele já até imagina como sera a vida deles juntos com muita felicidade,faz varias comparações com a beleza da amada com a da natureza ...
Daniel Victor de Carvalho 1º G n º : 05
Três Figuras de Linguagem da parte II
Lira XXXI -Anáfora
Se eu as visse, infeliz me não dissera,
Bem que subira ao potro
Bem que na cruz pendera.
Lira I -Prosopopeia
Ah! que nem me resta
Uma já quebrada,
Mal sonora lira!
Lira XIX - Sinestesia
Quando em meu mal pondero,
Então mais vivamente te diviso:
Vejo o teu rosto e escuto
A tua voz e riso.
Letícia Albudane França nº: 37
1º Ano G
3ª Parte - Lira VI
Amor, que seus passos
Ligeiro movia
Por mil embaraços
que um bosque tecia,
Nos ombros me acena
Com brando raminho;
E logo me ordena
Que siga o caminho.
Por entre a espessura
Do bosque me avanço;
E atrás da ventura,
Incauto, me lanço.
Já tinha calcado
Os montes mais duros,
co peito rasgado
os rios escuros:
Eis que uma serpente,
A língua vibrando,
Me crava o seu dente,
Me deixa expirando.
Então, surpreendida
Da dor que a traspassa,
Minha alma ferida
Aos beiços se passa.
As iras detesta
Amor. Isto vendo,
E as asas na testa
Me bate, dizendo:
"Tu choras, tu gemes,
da serpe tocado,
e o braço não temes
de um númen irado?"
Ligeiro movia
Por mil embaraços
que um bosque tecia,
Nos ombros me acena
Com brando raminho;
E logo me ordena
Que siga o caminho.
Por entre a espessura
Do bosque me avanço;
E atrás da ventura,
Incauto, me lanço.
Já tinha calcado
Os montes mais duros,
co peito rasgado
os rios escuros:
Eis que uma serpente,
A língua vibrando,
Me crava o seu dente,
Me deixa expirando.
Então, surpreendida
Da dor que a traspassa,
Minha alma ferida
Aos beiços se passa.
As iras detesta
Amor. Isto vendo,
E as asas na testa
Me bate, dizendo:
"Tu choras, tu gemes,
da serpe tocado,
e o braço não temes
de um númen irado?"
Interpretação
Trata-se de uma Lira confusa, onde o poeta fala de si e de suas complicações para se dirigir a sua amada, Teria sido escrita antes do seu envolvimento com Marília ( Maria Doroteia ).Características do Arcadismo encontradas na Lira
Como sempre, no Livro Marília de Dirceu, o poeta utiliza linguagem Simples, a objetividade e pseudônimos com frequência nessa Lira em especial ele usa esses e o bucolismo.Situação Histórica
Essa Lira foi escrita na época em que Tomás Antonio Gonzaga ainda não conhecia Maria Doroteia, ele só a via, mas nunca tinha falado diretamente com ela.
Glossário
- Númen -Ser divino, ser sobrenatural, espírito que se supunha acompanhar o homem para o inspirar ou proteger, inspiração.
- Serpe - Serpente.
- Ventura - Fortuna próspera, sorte, felicidade, destino, acaso, risco, perigo.
Letícia Albudane França nº:37
1º Ano G
sexta-feira, 23 de agosto de 2013
Segunda parte Lira III
Sucede, Marília bela,
À medonha noite o dia;
A estação chuvosa e fria
À quente seca estação.
Muda-se a sorte dos tempos;
Só a minha sorte não?
Os troncos nas Primaveras
Brotam em flores viçosos,
Nos Invernos escabrosos
Largam as folhas no chão.
Muda-se a sorte dos troncos;
Só a minha sorte não?
Aos brutos, Marília, cortam
Armadas redes os passos,
Rompem depois os seus laços,
Fogem da dura prisão.
Muda-se a sorte dos brutos;
Só a minha sorte não?
Nenhum dos homens conserva
Alegre sempre o seu rosto;
Depois das penas vem gosto,
Depois de gosto aflição.
Muda-se a sorte dos homens;
Só a minha sorte não?
Aos altos Deuses moveram
Soberbos Gigantes guerra;
No mais tempos o Céu, e a Terra
Lhes tributa adoração.
Muda-se a sorte dos Deuses;
Só a minha sorte não?
Há de, Marília, mudar-se
Do destino a inclemência;
Tenho por mim a inocência,
Tenho por mim a razão.
Muda-se a sorte de tudo;
Só a minha sorte não?O tempo, ó Bela, que gasta
Os troncos, pedras, e o cobre,
O véu rompe, com que encobre
À verdade a vil traição.
Muda-se a sorte de tudo;
Só a minha sorte não?
Qual eu sou, verá o mundo;
Mais me dará do que eu tinha,
Tornarei a ver-te minha;
Que feliz consolação!
Não há de tudo mudar-se;
Só a minha sorte não.
Interpretação
Neste poema fala sobre um homem apaixonado que está envelhecendo,e mostra que tudo perde a graça sem sua amada.Mesmo aquilo que ele gostava antes hoje não tem mais valor.Nem as mudanças que ocorre no clima na natureza nada tem mais sentido.Mostra também que ele esta envelhecendo e se sente em uma prisão por estar longe de Marília.
Característica do Arcadismo e da lira
Nesta lira o autor fala muito sobre a natureza,o sofrimento,a solidão de um homem apaixonado sofrendo por conta de estar longe de Marília .Fala sobre a natureza: as mudanças de clima, as chuvas, as folhas , das flores que brotam etc.
Glossário
Medonha:Uma coisa grande,exagerada.
Escabrosa:algo ou fato esquisito,estranho,misterioso,suspeito.
Soberbo:pessoa mesquinha,arrogante,se acha superior a outra.
Inclemência:dureza,comportamento desumano.
Situação histórico
Essa parte do livro foi escrita na prisão, e os poemas mostram que ele esta numa imensa solidão por estar longe de Marília.A característica Pré-Romântica o deixa mais triste.O sentimento de injustiça,a solidão,o temor do futuro a perspectiva de morte deixa ele cada vez mais abalado.E nessa parte do livro e usa muito os verbos no passado.Ele esta sofrendo pelo seu amado.
Daniel Victor 1º G Nº:05
Interpretação
Neste poema fala sobre um homem apaixonado que está envelhecendo,e mostra que tudo perde a graça sem sua amada.Mesmo aquilo que ele gostava antes hoje não tem mais valor.Nem as mudanças que ocorre no clima na natureza nada tem mais sentido.Mostra também que ele esta envelhecendo e se sente em uma prisão por estar longe de Marília.
Característica do Arcadismo e da lira
Nesta lira o autor fala muito sobre a natureza,o sofrimento,a solidão de um homem apaixonado sofrendo por conta de estar longe de Marília .Fala sobre a natureza: as mudanças de clima, as chuvas, as folhas , das flores que brotam etc.
Glossário
Medonha:Uma coisa grande,exagerada.
Escabrosa:algo ou fato esquisito,estranho,misterioso,suspeito.
Soberbo:pessoa mesquinha,arrogante,se acha superior a outra.
Inclemência:dureza,comportamento desumano.
Situação histórico
Essa parte do livro foi escrita na prisão, e os poemas mostram que ele esta numa imensa solidão por estar longe de Marília.A característica Pré-Romântica o deixa mais triste.O sentimento de injustiça,a solidão,o temor do futuro a perspectiva de morte deixa ele cada vez mais abalado.E nessa parte do livro e usa muito os verbos no passado.Ele esta sofrendo pelo seu amado.
Daniel Victor 1º G Nº:05
quinta-feira, 22 de agosto de 2013
Parte 2
Lira XVIII
Não molho, Marília,De pranto a masmorra
Que o terno Cupido
Não voe, não corra,
A i-lo apanhar.
Estende-o nas asas,
Sobre ele suspira,
Por fim se retira,
E vai-lo levar.
Se o moço não mente,
Os tristes gemidos,
Os ais lastimosos,
Os guarda unidos,
Marília, c’os teus;
As lágrimas nossas
No seio amontoa,
Forma asas, e voa,
Vai pô-las nos Céus.
A Deusa formosa,
Que amava aos Troianos,
Livrá-los querendo
De riscos, e danos,
A Jove buscou.
As águas, que o rosto
Da Deusa banharam,
A Jove abrandaram,
Assim os salvou.
Confia-te, ó Bela,
Confia-te em Jove,
Ainda se abranda,
Ainda se move
Com ânsias de amor.
O pranto de Vênus,
Que obrou no pai tanto,
Não tem que o teu pranto
Apreço maior.
Interpretação
O poeta passa para nós que na situação difícil que ele se encontrava não tinha jeito do "Cupido" ir apanha-lo ,pois na quela situação Dirceu não podia chegar a sua amada ,ele fala de como era angustiante a masmorra e também ele cita exemplo da Deusa formosa que livrava os troianos de coisas ruins como se ela pudesse salva-lo da masmorra.
Características
A primeira coisa que se nota ao ler a lira é que quando ele escreveu estava triste e sem muita esperança ,agora as características do arcadismo foi que ele pois pra fora tudo que ele estava sentindo no momento e retratar deuses ,mais a principal característica que é encontrada no livro todo é o autor não se nomear como Tomás Antônio Gonzaga e sim como Dirceu.
Comentário Histórico
Como é bem perceptível na lira Dirceu está preso e bem abalado ,o que fez seu modo de escrever mudar ,já que ele escreve oque sente como dita uma das principais características arcadista.
Glosário
Pranto:choro,lamentaçãoLastimoso:choroso
Abrandaram:suavizaram,aplacaram,amaciaram
Nome:Gabriel Paiva Macêdo
N°:12
Turma:G
Lira XXXI , 2ª parte.
Lira XXXI
( parte II )
Roubou-me, ó minha Amada, a sorte ímpia
Quanto de meu gozava
Num só funesto dia;
Honras de maioral, manada grossa,
Fértil, extensa herdade,
Bem reparada choça.
Meteu-se nesta infame sepultura,
Que é sepulcro sem honras,
Breve masmorra, escura.
Aqui, ó minha amada, nem consigo
Venho outro desgraçado
Sentir também comigo:
Mas esta companhia não mereço,
Os Deuses me dão outra,
Ainda de mais apreço.
Não é, não, ilusão o que te digo;
Tu mesma me acompanhas;
Peno, mas é contigo.
Não vejo as tuas faces graciosas,
Os teus soltos cabelos,
As tuas mãos mimosas.
Se eu as visse, infeliz me não dissera,
Bem que subira ao Potro
Bem que na Cruz pendera.
Não ouço as tuas vozes magoadas,
Com ardentes suspiros
Às vezes mal formadas.
Mas vejo, ó cara, as tuas letras belas,
Uma por um beijo,
E choro então sobre elas.
Tu me dizes que siga o meu destino;
Que o teu amor na ausência
Será leal, e fino.
De novo a carta ao coração aperto,
De novo a molha o pranto,
Que de ternura verto.
Ah! leve muito embora o duro Fado
A tudo, quanto tenho
Com meu suor ganhado.
Eu juro que do roubo nem me queixe,
Contanto, ó minha cara,
Que este só bem me deixe.
Que males voluntários não sentiram,
Os que te amam, somente
Porque menos te ouviram?
Dê pois aos mais seus bens a Deusa cega;
Que eu tenho aquela glória,
Que a mil felizes nega.
Interpretação
Um poema triste, escrito por Tomás enquanto ele estava preso, longe de sua amada. Essa lira foi escrita após Tomás receber uma carta de sua amada o liberando para viver sua vida, afinal, depois da Ilha das Cobras, era certo que Tomás iria para outro lugar, nunca mais para Minas. O sofrimento de Tomás, ao escrever essa lira, é facilmente perceptível. É um poema que demonstra o quando ele sofria por estar preso naquela masmorra e acima disso, por estar longe de sua amada, por não poder vê-la, não poder ver sua face graciosa, seus cabelos soltos e suas mãos mimosas. Apenas ver suas letras formando palavras de adeus, pois não poderiam mais ficar juntos. No trecho da lira a seguir, podemos identificar facilmente esse sofrimento de Tomás:
“Não ouço as tuas vozes magoadas,
Com ardentes suspiros
Às vezes mal formadas.
Mas vejo, ó cara, as tuas letras belas,
Uma por um beijo,
E choro então sobre elas.
Tu me dizes que siga o meu destino;
Que o teu amor na ausência
Será leal, e fino.
De novo a carta ao coração aperto,
De novo a molha o pranto,
Que de ternura verto.”
Características Arcadismo e da Lira
É uma lira escrita na 1ª pessoa do singular. As características do arcadismo encontradas na lira são:
Glossário
Comentário Histórico
A lira pertence à segunda parte do livro que foi escrita enquanto Dirceu estava na prisão, na masmorra da Ilha das Cobras. Ele havia sido preso por causa da Inconfidência Mineira. Quando ele escreve essa lira, ele está com a carta, que Maria haveria enviado para ele, em mãos. Há hipóteses geradas através de pesquisas que apontam que quem fez a carta chegar à ele foi a concubina de Tiradentes. Na carta Maria também estaria “libertando” Tomás, pelo fato de que naquela época ele havia assumido um compromisso de casamento com ela. Ele foi preso uma semana antes de seu casamento. E ele teria um compromisso eterno firmado com a família se a moça não o libertasse. E ela o liberta por que afinal, nada iria sobrar para eles após a caça às bruxas, ele jamais seria perdoado.
Há hipóteses também de que Maria ainda teria tentado conseguir o perdão da rainha de Portugal para Tomás, correndo o risco de também ser considerada uma traidora. Mas o pedido não teria sido atendido.
Milena Carneiro, nº 26, 1º ano G.
Quanto de meu gozava
Num só funesto dia;
Honras de maioral, manada grossa,
Fértil, extensa herdade,
Bem reparada choça.
Meteu-se nesta infame sepultura,
Que é sepulcro sem honras,
Breve masmorra, escura.
Aqui, ó minha amada, nem consigo
Venho outro desgraçado
Sentir também comigo:
Mas esta companhia não mereço,
Os Deuses me dão outra,
Ainda de mais apreço.
Não é, não, ilusão o que te digo;
Tu mesma me acompanhas;
Peno, mas é contigo.
Não vejo as tuas faces graciosas,
Os teus soltos cabelos,
As tuas mãos mimosas.
Se eu as visse, infeliz me não dissera,
Bem que subira ao Potro
Bem que na Cruz pendera.
Não ouço as tuas vozes magoadas,
Com ardentes suspiros
Às vezes mal formadas.
Mas vejo, ó cara, as tuas letras belas,
Uma por um beijo,
E choro então sobre elas.
Tu me dizes que siga o meu destino;
Que o teu amor na ausência
Será leal, e fino.
De novo a carta ao coração aperto,
De novo a molha o pranto,
Que de ternura verto.
Ah! leve muito embora o duro Fado
A tudo, quanto tenho
Com meu suor ganhado.
Eu juro que do roubo nem me queixe,
Contanto, ó minha cara,
Que este só bem me deixe.
Que males voluntários não sentiram,
Os que te amam, somente
Porque menos te ouviram?
Dê pois aos mais seus bens a Deusa cega;
Que eu tenho aquela glória,
Que a mil felizes nega.
Interpretação
Um poema triste, escrito por Tomás enquanto ele estava preso, longe de sua amada. Essa lira foi escrita após Tomás receber uma carta de sua amada o liberando para viver sua vida, afinal, depois da Ilha das Cobras, era certo que Tomás iria para outro lugar, nunca mais para Minas. O sofrimento de Tomás, ao escrever essa lira, é facilmente perceptível. É um poema que demonstra o quando ele sofria por estar preso naquela masmorra e acima disso, por estar longe de sua amada, por não poder vê-la, não poder ver sua face graciosa, seus cabelos soltos e suas mãos mimosas. Apenas ver suas letras formando palavras de adeus, pois não poderiam mais ficar juntos. No trecho da lira a seguir, podemos identificar facilmente esse sofrimento de Tomás:
“Não ouço as tuas vozes magoadas,
Com ardentes suspiros
Às vezes mal formadas.
Mas vejo, ó cara, as tuas letras belas,
Uma por um beijo,
E choro então sobre elas.
Tu me dizes que siga o meu destino;
Que o teu amor na ausência
Será leal, e fino.
De novo a carta ao coração aperto,
De novo a molha o pranto,
Que de ternura verto.”
Características Arcadismo e da Lira
É uma lira escrita na 1ª pessoa do singular. As características do arcadismo encontradas na lira são:
- menção à natureza e a vida simples, pastoril;
- Pastoralismo: poetas simples e humildes;
- tom confessional;
- espontaneidade dos sentimentos;
- exaltação da pureza, da ingenuidade e da beleza
Glossário
- Funesto: adj. Que provoca a morte, a desgraça: acidente funesto. Nocivo, fatal.
- Herdade: s.f. Grande propriedade rural, geralmente composta de montados, terras de semeadura e casa de habitação; quinta.
- Choça: Palhoça, cabana, choupana. Própria das florestas tropicais.
- Infame: Que provoca desprezo e repugnância por ser de péssima qualidade ou por possuir má aparência: comentário infame; vestido infame.
- Verto: derramo; entorno; esparjo; esparzo.
Comentário Histórico
A lira pertence à segunda parte do livro que foi escrita enquanto Dirceu estava na prisão, na masmorra da Ilha das Cobras. Ele havia sido preso por causa da Inconfidência Mineira. Quando ele escreve essa lira, ele está com a carta, que Maria haveria enviado para ele, em mãos. Há hipóteses geradas através de pesquisas que apontam que quem fez a carta chegar à ele foi a concubina de Tiradentes. Na carta Maria também estaria “libertando” Tomás, pelo fato de que naquela época ele havia assumido um compromisso de casamento com ela. Ele foi preso uma semana antes de seu casamento. E ele teria um compromisso eterno firmado com a família se a moça não o libertasse. E ela o liberta por que afinal, nada iria sobrar para eles após a caça às bruxas, ele jamais seria perdoado.
Há hipóteses também de que Maria ainda teria tentado conseguir o perdão da rainha de Portugal para Tomás, correndo o risco de também ser considerada uma traidora. Mas o pedido não teria sido atendido.
Lira IV Parte II
Já, já me vai, Marília, branquejando
Louro cabelo, que circula a testa;
Este mesmo, que alveja, vai caindo
E pouco já me resta.
As faces vão perdendo as vivas cores,
E vão-se sobre os ossos enrugando,
Vai fugindo a viveza dos meus olhos;
Tudo se vai mudando.
Se quero levantar-me, as costas vergam;
As forças dos meus membros já se gastam,
Vou a dar ela casa uns curtos passos,
Pesam-me os pés, e arrastam.
Se algum dia me vires destas sorte,
Vê que assim me não pôs a mão dos anos:
Os trabalhos, Marília, os sentimentos,
Fazem os mesmos danos.
Mal te vir, me dará em poucos dias
A minha mocidade o doce gosto;
Verás burnir-se a pele, o corpo encher-se,
Voltar a cor ao rosto.
No calmoso Verão as plantas secam;
Na Primavera, que os mortais encanta,
Apenas cai do Céu o fresco orvalho,
Verdeja logo a planta.
A doença deforma a quem padece;
Mas logo que a doença faz seu termo,
Torna, Marília, a ser quem era dantes,
O definhado enfermo.
Supõe-me qual doente, ou mal a planta,
No meio da desgraça, que me altera;
Eu também te suponho qual saúde,
Ou qual a Primavera.
Se dão esses teus meigos, vivos olhos
Aos mesmos Astros luz, e vida às flores,
Que efeitos não farão, em quem por eles
Sempre morreu de amores?
INTERPRETAÇÃO: o eu-lírico de uma forma bastante poética, admiti a mudança do seu envelhecimento, ele fala que seus cabelos estão embranquecendo, e com o tempo começa a cair, fala sobre as belezas que ele vai perdendo, suas forças, ele fala sobre suas dificuldades sendo tão fraco, e tão velho, ele admiti as mudanças que ocorrem com ele durante o envelhecimento.
Mas ele fala, que mal ver Marília, ele se sente jovem novamente, se sente forte, e se sente renovado.
Ele demonstra de forma poética, o quanto Marília é importante para ele, e a mudança que ela traz para ele, o renovo. Como nas últimas linhas ele diz, ''Supõe-me qual doente, ou mal a planta, no meio da desgraça, que me altera; eu também te suponho qual saúde, ou qual a Primavera", isso mostra a essência que é Marília para ele.
E no final ele deixa claro, o poder do olhar e do cuidar de Marília, ''Se dão esses teus meigos, vivos olhos aos mesmo astros luz, e vida às flores, que efeitos não farão, em quem por eles sempre morreu de amores?", deixarei minha opinião sobre esse final, simplesmente perfeito e único!
CARACTERÍSTICAS DO ARCADISMO ENCONTRADAS NA LIRA: pode-se observar a característica bucólica, devido a comparação da natureza com Marília, é usado flores, plantas, o orvalho, dentre outras palavras, e isso traz o bucolismo.
Há também a idealização da mulher amada, o acontecimento amoroso, então a lira em si demonstra, todas essas características, boa parte delas há uma linguagem simples, porém demonstram o amor, e a admiração pela amada, demonstram declarações amorosas.
SITUAÇÃO HISTÓRICA DA ÉPOCA: Bom, nessa época, Dirceu estava preso, e passando por momentos difíceis, ele estava envelhecendo, e demonstrava estar bem angustiado pelo fato de estar longe de sua amada.
GLOSSÁRIO: burnir- Tornar brilhante, polir, lustrar.
definhado- Tornar-se sem vida, sem cor, sem ânimo; perder o vigor, a saúde
ALUNO: Gabriel Teixeira Santos nº:13 1ºG
Já, já me vai, Marília, branquejando
Louro cabelo, que circula a testa;
Este mesmo, que alveja, vai caindo
E pouco já me resta.
As faces vão perdendo as vivas cores,
E vão-se sobre os ossos enrugando,
Vai fugindo a viveza dos meus olhos;
Tudo se vai mudando.
Se quero levantar-me, as costas vergam;
As forças dos meus membros já se gastam,
Vou a dar ela casa uns curtos passos,
Pesam-me os pés, e arrastam.
Se algum dia me vires destas sorte,
Vê que assim me não pôs a mão dos anos:
Os trabalhos, Marília, os sentimentos,
Fazem os mesmos danos.
Mal te vir, me dará em poucos dias
A minha mocidade o doce gosto;
Verás burnir-se a pele, o corpo encher-se,
Voltar a cor ao rosto.
No calmoso Verão as plantas secam;
Na Primavera, que os mortais encanta,
Apenas cai do Céu o fresco orvalho,
Verdeja logo a planta.
A doença deforma a quem padece;
Mas logo que a doença faz seu termo,
Torna, Marília, a ser quem era dantes,
O definhado enfermo.
Supõe-me qual doente, ou mal a planta,
No meio da desgraça, que me altera;
Eu também te suponho qual saúde,
Ou qual a Primavera.
Se dão esses teus meigos, vivos olhos
Aos mesmos Astros luz, e vida às flores,
Que efeitos não farão, em quem por eles
Sempre morreu de amores?
INTERPRETAÇÃO: o eu-lírico de uma forma bastante poética, admiti a mudança do seu envelhecimento, ele fala que seus cabelos estão embranquecendo, e com o tempo começa a cair, fala sobre as belezas que ele vai perdendo, suas forças, ele fala sobre suas dificuldades sendo tão fraco, e tão velho, ele admiti as mudanças que ocorrem com ele durante o envelhecimento.
Mas ele fala, que mal ver Marília, ele se sente jovem novamente, se sente forte, e se sente renovado.
Ele demonstra de forma poética, o quanto Marília é importante para ele, e a mudança que ela traz para ele, o renovo. Como nas últimas linhas ele diz, ''Supõe-me qual doente, ou mal a planta, no meio da desgraça, que me altera; eu também te suponho qual saúde, ou qual a Primavera", isso mostra a essência que é Marília para ele.
E no final ele deixa claro, o poder do olhar e do cuidar de Marília, ''Se dão esses teus meigos, vivos olhos aos mesmo astros luz, e vida às flores, que efeitos não farão, em quem por eles sempre morreu de amores?", deixarei minha opinião sobre esse final, simplesmente perfeito e único!
CARACTERÍSTICAS DO ARCADISMO ENCONTRADAS NA LIRA: pode-se observar a característica bucólica, devido a comparação da natureza com Marília, é usado flores, plantas, o orvalho, dentre outras palavras, e isso traz o bucolismo.
Há também a idealização da mulher amada, o acontecimento amoroso, então a lira em si demonstra, todas essas características, boa parte delas há uma linguagem simples, porém demonstram o amor, e a admiração pela amada, demonstram declarações amorosas.
SITUAÇÃO HISTÓRICA DA ÉPOCA: Bom, nessa época, Dirceu estava preso, e passando por momentos difíceis, ele estava envelhecendo, e demonstrava estar bem angustiado pelo fato de estar longe de sua amada.
GLOSSÁRIO: burnir- Tornar brilhante, polir, lustrar.
definhado- Tornar-se sem vida, sem cor, sem ânimo; perder o vigor, a saúde
ALUNO: Gabriel Teixeira Santos nº:13 1ºG
LIRA XV (PARTE II)
Eu, Marília, não fui nenhum Vaqueiro,
Fui honrado Pastor da tua aldeia;
Vestia finas lãs, e tinha sempre
A minha choça do preciso cheia.
Tiraram-me o casal, e o manso gado,
Nem tenho, a que me encoste, um só cajado.
Para ter que te dar, é que eu queria
De mor rebanho ainda ser o dono;
Prezava o teu semblante, os teus cabelos
Ainda muito mais que um grande Trono.
Agora que te oferte já não vejo
Além de um puro amor, de um são desejo.
Se o rio levantado me causava,
Levando a sementeira, prejuízo,
Eu alegre ficava apenas via
Na tua breve boca um ar de riso.
Tudo agora perdi; nem tenho o gosto
De ver-te aos menos compassivo o rosto.
Propunha-me dormir no teu regaço
As quentes horas da comprida sesta,
Escrever teus louvores nos olmeiros,
Toucar-te de papoulas na floresta.
Julgou o justo Céu, que não convinha
Que a tanto grau subisse a glória minha.
Ah! minha Bela, se a Fortuna volta,
Se o bem, que já perdi, alcanço, e provo;
Por essas brancas mãos, por essas faces
Te juro renascer um homem novo;
Romper a nuvem, que os meus olhos cerra,
Amar no Céu a Jove, e a ti na terra.
Fiadas comprarei as ovelhinhas,
Que pagarei dos poucos do meu ganho;
E dentro em pouco tempo nos veremos
Senhores outra vez de um bom rebanho.
Para o contágio lhe não dar, sobeja
Que as afague Marília, ou só que as veja.
Senão tivermos lãs, e peles finas,
Podem mui bem cobrir as carnes nossas
As peles dos cordeiros mal curtidas,
E os panos feitos com as lãs mais grossas.
Mas ao menos será o teu vestido
Por mãos de amor, por minhas mão cosido.
Nós iremos pescar na quente sesta
Com canas, e com cestos os peixinhos:
Nós iremos caçar nas manhãs frias
Com a vara envisgada os passarinhos.
Para nos divertir faremos quanto
Reputa o varão sábio, honesto e santo.
Nas noites de serão nos sentaremos
C’os filhos, se os tivermos, à fogueira;
Entre as falsas histórias, que contares,
Lhes contarás a minha verdadeira.
Pasmados te ouvirão; eu entretanto
Ainda o rosto banharei de pranto.
Quando passarmos juntos pela rua,
Nos mostrarão c’o dedo os mais Pastores;
Dizendo uns para os outros: “Olha os nosso
“Exemplos da desgraça, e são amores”.
Contentes viveremos desta sorte,
Até que chegue a um dos dois a morte.
INTERPRETAÇÃO: Nessa lira o autor fala sobre o passado dele que era uma felicidade e o presente que é uma tristeza pra ele. Em alguns trechos ele bota parte de lira da primeira parte mostrando sua felicidade, e no meio da história ele espera que a sua felicidade volte.
CARACTERÍSTICA: Na lira, o arcadismo mostra a solidão que o Dirceu estava sofrendo, nos verso ele definia isso muito bem oque ele tava passado naquele momento.
GLOSSÁRIO:
choça-Cabana de ramos de árvores ou colmo, própria das florestas tropicais.
compassivo-Que possui ou demonstra compaixão; que compartilha dos sofrimentos alheios: indivíduo compassivo.
regaço- Parte do corpo que vai da cintura aos joelhos, na posição sentada.
pasmado-Admirado, surpreendido
Espantado.
HISTÓRIA: Nesse momento o autor esta infeliz, por causa que ele foi preso, ele conta a tristeza dela e também em liras conta como era a felicidade dele .
PABLLO MATHEUS TURMA:G N°:28
Eu, Marília, não fui nenhum Vaqueiro,
Fui honrado Pastor da tua aldeia;
Vestia finas lãs, e tinha sempre
A minha choça do preciso cheia.
Tiraram-me o casal, e o manso gado,
Nem tenho, a que me encoste, um só cajado.
Para ter que te dar, é que eu queria
De mor rebanho ainda ser o dono;
Prezava o teu semblante, os teus cabelos
Ainda muito mais que um grande Trono.
Agora que te oferte já não vejo
Além de um puro amor, de um são desejo.
Se o rio levantado me causava,
Levando a sementeira, prejuízo,
Eu alegre ficava apenas via
Na tua breve boca um ar de riso.
Tudo agora perdi; nem tenho o gosto
De ver-te aos menos compassivo o rosto.
Propunha-me dormir no teu regaço
As quentes horas da comprida sesta,
Escrever teus louvores nos olmeiros,
Toucar-te de papoulas na floresta.
Julgou o justo Céu, que não convinha
Que a tanto grau subisse a glória minha.
Ah! minha Bela, se a Fortuna volta,
Se o bem, que já perdi, alcanço, e provo;
Por essas brancas mãos, por essas faces
Te juro renascer um homem novo;
Romper a nuvem, que os meus olhos cerra,
Amar no Céu a Jove, e a ti na terra.
Fiadas comprarei as ovelhinhas,
Que pagarei dos poucos do meu ganho;
E dentro em pouco tempo nos veremos
Senhores outra vez de um bom rebanho.
Para o contágio lhe não dar, sobeja
Que as afague Marília, ou só que as veja.
Senão tivermos lãs, e peles finas,
Podem mui bem cobrir as carnes nossas
As peles dos cordeiros mal curtidas,
E os panos feitos com as lãs mais grossas.
Mas ao menos será o teu vestido
Por mãos de amor, por minhas mão cosido.
Nós iremos pescar na quente sesta
Com canas, e com cestos os peixinhos:
Nós iremos caçar nas manhãs frias
Com a vara envisgada os passarinhos.
Para nos divertir faremos quanto
Reputa o varão sábio, honesto e santo.
Nas noites de serão nos sentaremos
C’os filhos, se os tivermos, à fogueira;
Entre as falsas histórias, que contares,
Lhes contarás a minha verdadeira.
Pasmados te ouvirão; eu entretanto
Ainda o rosto banharei de pranto.
Quando passarmos juntos pela rua,
Nos mostrarão c’o dedo os mais Pastores;
Dizendo uns para os outros: “Olha os nosso
“Exemplos da desgraça, e são amores”.
Contentes viveremos desta sorte,
Até que chegue a um dos dois a morte.
INTERPRETAÇÃO: Nessa lira o autor fala sobre o passado dele que era uma felicidade e o presente que é uma tristeza pra ele. Em alguns trechos ele bota parte de lira da primeira parte mostrando sua felicidade, e no meio da história ele espera que a sua felicidade volte.
CARACTERÍSTICA: Na lira, o arcadismo mostra a solidão que o Dirceu estava sofrendo, nos verso ele definia isso muito bem oque ele tava passado naquele momento.
GLOSSÁRIO:
choça-Cabana de ramos de árvores ou colmo, própria das florestas tropicais.
compassivo-Que possui ou demonstra compaixão; que compartilha dos sofrimentos alheios: indivíduo compassivo.
regaço- Parte do corpo que vai da cintura aos joelhos, na posição sentada.
pasmado-Admirado, surpreendido
Espantado.
HISTÓRIA: Nesse momento o autor esta infeliz, por causa que ele foi preso, ele conta a tristeza dela e também em liras conta como era a felicidade dele .
PABLLO MATHEUS TURMA:G N°:28
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